sábado, 12 de maio de 2012

Obesidade prejudica vida sexual

Mulheres com excesso de peso têm quatro vezes mais probabilidades de gravidez indesejada.
Já se sabe que a obesidade é uma das maiores inimigas da saúde cardiovascular e da longevidade.O Instituto Francês da Saúde e Investigação Médica alerta, num estudo recente, que os quilos a mais afectam significativamente a vida sexual.
Na investigação, publicada no British Medical Journal, os autores advertem que os médicos devem ter em conta que o excesso de peso pode ter um impacto nas relações.
Apesar dos efeitos da obesidade estarem largamente documentados, os investigadores franceses chegaram à conclusão que havia uma lacuna no que diz respeito à relação dos quilos a mais com a saúde sexual.
Para a investigação, submetera uma amostra de 10 170 indivíduos, dos 18 aos 69 anos, a um inquérito telefónico em que, além das características físicas, eram também questionados sobre os hábitos de vida, inclusive sexuais.
Dos participantes, 2 725 homens e 3 651 mulheres apresentaram um peso considerado normal, em que o Índice de Massa Corporal (IMC) variava entre 18,5 e 25. 1 488 homens e 1 010 mulheres sofriam de excesso de peso (IMC entre 25 e 30) e os restantes 350 homens e 411 mulheres apresentavam o IMC superior a 30, considerados obesos.
Na análise dos resultados, ficou claro que o número de mulheres que tinham tido relações sexuais nos últimos 12 meses era significativamente mais baixo nas participantes obesas.
Além disto, os indivíduos com quilos a mais também tinham mais hipóteses de desenvolver uma disfunção eréctil.
Uma das informações mais apelativas desta investigação é que a taxa de gravidez não desejada era quatro vezes mais alta entre as mulheres obesas. Chegou-se ainda à conclusão que estas participantes eram também menos propensas a utilizar métodos anticonceptivos ou a consultar serviços de contracepção.
“A pressão social sobre os corpos de mulheres e o seu peso é particularmente forte. As mulheres obesas sofrem um risco duplo: têm mais dificuldade em encontrar parceiros sexuais e em gerir as consequências”, referiu Nathalie Bajos, líder da investigação, do Instituto Francês da Saúde e Investigação Médica.
Contudo, um editorial que acompanha a investigação adverte que é necessário olhar para estes dados com precaução antes de extrapolá-los para outras populações.
“O trabalho centra-se no uso de preservativos e anticonceptivos orais, ignorando outros contraceptivos de longa duração”, comentam os autores do artigo que reclamam mais estudos neste sentido.
“Se estes resultados se confirmarem, necessitamos de saber porque é que as mulheres obesas usam menos anticonceptivos e têm mais gravidezes não desejadas, além de terem menos parceiros sexuais. As respostas a estas perguntas serão provavelmente complexas, com aspectos biológicos, psicológicos e sociais que exigem um enfoque de qualidade”, realçam os autores do artigo.

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