domingo, 2 de janeiro de 2011

Sakineh vai processar jornalistas alemães presos no Irã

AFP
  • Atta Kenare/01.01.2010/AFPAtta Kenare/01.01.2010/AFP
A iraniana Sakineh durante entrevista com grupo de jornalistas, ocasião em que filho disse não acreditar na sua inocência

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Sakineh Mohammadi-Ashtiani, a mulher iraniana condenada a morrer apedrejada em um caso que combina o homicídio de seu marido a adultérios, informou neste sábado (1º) que processará os dois jornalistas alemães que foram detidos no Irã por entrevistar seu filho.
- Disse a Sajjad [Ghaderzadeh, filho de Sakineh] que processe aqueles que desonraram a mim e ao meu país.
A mulher enumerou aqueles a quem pretende processar: "os dois alemães", seu ex-advogado Mohammad Mostafaie; Mina Ahadi, que dirige o Comitê Internacional Antiapedrejamento, com sede em Berlim, que defende sua soltura; e seu suposto cúmplice no assassinato de seu esposo, Issa Taheri.
Os dois jornalistas, que trabalham para o semanário alemão Bild am Sonntag, foram presos em 10 de outubro por entrevistar o filho e o advogado da mulher condenada. Oficialmente, o Irã acusa os dois jornalistas de terem entrado em seu território com vistos de turistas e não como jornalistas.
Durante encontro com a imprensa hoje, em Tabriz, o filho de Sakineh pediu que a mãe não seja executada, mas dizendo que acredita que ela ajudou a matar seu pai.
- A sentença contra a minha mãe é o apedrejamento, mas não deveria ser levada a termo. Peço que a sentença de morte seja comutada.
Sajjad disse ainda que achou que Sakineh seria libertada “se houvesse polêmica em torno do caso”, o que não ocorreu. Sua pena de apedrejamento provocou comoção na comunidade internacional, razão pela qual as autoridades iranianas decidiram suspendê-la até revisar o caso.
Filho encontra Sakineh em Tabriz
O encontro entre Ghaderzadeh e a imprensa internacional, organizado pela Justiça local, ocorreu em uma residência em Tabriz pertencente à própria Justiça iraniana.
Sakineh, presa em Tabriz (noroeste do Irã), foi condenada à morte por dois tribunais diferentes em 2006 pelo envolvimento no assassinato do seu marido.
A condenação por assassinato foi reduzida, em apelação em 2007 a 10 anos de prisão, mas a sentença a morrer apedrejada por adultério foi confirmada o mesmo ano por outra corte de apelação.
Ghaderzadeh foi preso em 10 de outubro, junto com o advogado da sua mãe, Hutan Kian, quando planejavam reunir-se com os jornalistas alemães que iam entrevistá-los. Ele disse que havia sido posto em liberdade sob fiança em 12 de dezembro.

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