Imagem do site explica funcionamento do sistema
O Tribunal de Justiça do Acre decidiu manter 
bloqueados os pagamentos da Telexfree, bem como a adesão de novos 
divulgadores ao sistema. A decisão é do desembargador Samoel 
Evangelista, da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) e
 vale para todo o Brasil, bem como para o exterior.
O bloqueio havia sido determinado no último 
dia 18 pela juíza da 2ª Vara Cível de Rio Branco (AC), Thaís Queiroz 
Borges de Oliveira Abou Khalil, que também tornou indisponíveis os bens 
de Carlos Costa e Carlos Wanzeler, sócios da Ympactus Comercial LTDA, 
razão social da Telexfree.
A suspeita é que a empresa tenha montado um sistema de 
pirâmide financeira, e não um negócio de venda de pacotes de telefonia 
via internet (VoIP, na sigla em inglês) por meio de marketing 
multinível, como se apresenta. 
O desembargador Evangelista recebeu o recurso da empresa e
 dos seus sócios no último dia 20. Nesta segunda-feira (24), o 
magistrado manteve na íntegra a decisão de primeira instância. 
A Telexfree tem cinco dias para apresentar um novo recurso e levar o caso ao colegiado da 2ª Câmara Cível.
Procurados, os advogados da Telexfree não comentaram até o
 momento. Na página da empresa em uma rede social, um comunicado afirma 
que "o mais breve possível tudo estará normalizado".
A decisão ocorre no mesmo dia em que a               Mapfre negou que a Telexfree a tivesse contratado para oferecer seguro aos seus divulgadores
. A informação havia sido prestada por Carlos Costa por meio de um vídeo, mas foi desmentida em nota pela seguradora.
Em entrevista exclusiva ao               iG
 em março, Costa afirmou que a empresa tinha mais de 450 mil associados.
 Seu advogado, Horst Fuchs, falava em 600 mil. Ambos sempre negaram 
qualquer irregularidades.
              'Poderá ser o maior golpe da história do Brasil'
            
O bloqueio dos pagamentos e cadastros atende a um pedido 
do Ministério Público do Acre (MP-AC), que considera a Telexfree como 
possivelmente "o maior golpe da história do Brasil", segundo a decisão 
de primeira instância. 
O argumento do órgão é que, em vez de depender da venda 
dos pacotes VoIP, o lucro da empresa e de seus promotores – chamados de 
divulgadores – depende sobretudo da entrada de novos integrantes, como 
numa pirâmide financeira.
Segundo a juíza Thaís Kalil, é vantajoso para os 
promotores tentarem cadastrar outros divulgadores na rede do que 
efetivamente tentar vender o produto VoIP.
"A questão é que, muito provavelmente, quando esgotada a 
principal fonte de receita do grupo (novos cadastramentos), muitos não 
terão oportunidade sequer de recuperar o investimento inicial (mínimo de
 US$ 339), ai então se começará a falar em prejuízo", escreveu a juíza.
No recurso, os advogados da empresa afirmaram que a 
decisão causava o "calote institucionalizado" e que o fim de novos 
cadastros irá resultar no fim da Telexfree.
              
                
                
                  Entenda o caso
                
              
              
            
Telexfree é o nome fantasia da Ympactus Comercial Ltda., 
do Espírito Santo, braço brasileiro da Telexfree Inc., fundada em 2002 
nos Estados Unidos por Carlos Wanzeler e James Merril. A venda dos 
pacotes VoIP, segundo a empresa, ocorre no sistema de marketing 
multinível, e os interessados também podem lucrar por meio da publicação
 de propaganda na internet e da captação de novos divulgadores para a 
rede.
A Ympactus passou a ser investigada depois que serviços 
de proteção ao consumidor (Procons) de diversos estados relataram um 
número elevado de consultas sobre o sistema Telexfree. No Mato Grosso, 
houve casos de pessoas que venderam carros e joias para investir no 
negócio, disse, em março, o procurador-geral do estado, Paulo Prado.
Impulsionados pelos Procons, os ministérios da Justiça e 
da Fazenda fizeram uma análise da Telexfree. Em março, a Secretaria de 
Acompanhamento Econômico anunciou que o modelo de negócio não era 
"sustentável" e se assemelhava a um esquema de pirâmide financeira.
Também em março, o               iG
 mostrou que, nos EUA,               a Telexfree havia contratado Gerald P. Nehra, um advogado com experiência em casos de pirâmide
, para rever o modelo de negócios praticado no mercado americano.
 
 
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