Empresa de venda de aparelhos de rastreamento BBom tem bens bloqueados pela Justiça
(Divulgação)
Além da BBom e da Telexfree,
empresas acusadas de prática de crime financeiro, outras onze
companhias estão sendo investigadas pelo mesmo crime, que envolve a
criação de pirâmide financeira. A ação faz parte de uma força-tarefa de
promotores e procuradores do Ministério Público de diversos estados
brasileiros para desmembrar esse tipo de atividade ilegal, entre eles
Goiás, Espírito Santo, Acre, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Ceará e
Pernambuco,
Ao todo são treze empresas envolvidas em denúncias de irregularidades,
de acordo com o promotor Hélio Telho, do Ministério Público Federal de
Goiás - eram nove até a semana passada, quando o MP gaúcho começou a
investigar as empresas Nnex, Multiclick, Priples e Cidiz. Telho não quis
revelar os novos nomes por se tratar de informação temporariamente
sigilosa. "Os esforços são conjuntos porque a rapidez com que essas
operações se propagam é absurdamente rápida, especialmente por causa das
redes sociais", explicou o promotor. "Se comprovada essa prática em
outras empresas, uma ação pública será ajuizada", afirmou Telho.
A BBom e a Telexfree já
tiveram seus bens congelados durante a investigação. No caso da
primeira, a inserção de novos integrantes na rede era feita sob a
alegação de que eles seriam parceiros em um comércio de rastreadores,
que, segundo a investigação, era um negócio de fachada e nem mesmo os
rastreadores eram homologados junto à Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel). No caso da segunda, era comercializado um
sistema de telefonia via internet, o VOIP (Voice Over Internet
Protocol).
Precauções - Nesses casos, o promotor de Goiás
aconselha os envolvidos a guardar todos os comprovantes das operações
que fizeram com as empresas - contrato, depósitos e pagamentos - para
serem ressarcidos, pelo menos, de parte do dinheiro investido, conforme
determinar a Justiça.
O promotor lembra ainda que a prática de pirâmide financeira é crime e
pede atenção das pessoas para indícios que podem significar um negócio
ilegal. Primeiramente, o promotor indica que os indivíduos desconfiem de
qualquer empresa que ofereça ganhos altos em um curto espaço de tempo.
Em segundo lugar, Telho recomenda pensar muitas vezes antes de se
envolver com uma empresa que diz praticar 'marketing multinível', mas
pede dinheiro para aceitar o associado. Há uma diferença importante
entre o modelo de negócios denominado 'marketing multinível' ou
'marketing de rede', e o golpe conhecido por pirâmide financeira.
No caso do 'marketing multinível', trata-se de modelo comercial sustentável e legal, no qual o integrante da rede ganha pela venda de produtos ou serviços - e não pelo recrutamento de outros vendedores. Ou seja, seu faturamento será proporcional à receita gerada pelas vendas - a base da sustentabilidade do negócio - e não pelo número de integrantes investindo no negócio.
No caso do 'marketing multinível', trata-se de modelo comercial sustentável e legal, no qual o integrante da rede ganha pela venda de produtos ou serviços - e não pelo recrutamento de outros vendedores. Ou seja, seu faturamento será proporcional à receita gerada pelas vendas - a base da sustentabilidade do negócio - e não pelo número de integrantes investindo no negócio.
Na 'pirâmide financeira', os participantes são remunerados somente pela
indicação de outros associados, sem levar em consideração a real venda
de produtos. Assim, a sustentabilidade do negócio fica comprometida,
pois sua base é essencialmente o pagamento dos associados e, em algum
momento, atrair novos participantes se torna matematicamente impossível.
"O dinheiro que entrava na BBom, por exemplo, era pra pagar o lucro das
pessoas que entraram primeiro. Esse tipo de empresa é insustentável a
longo prazo", disse Telho, ao explicar que a companhia pode rapidamente
falir se a entrada de novos associados é interrompida.
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